terça-feira, 19 de novembro de 2013

Azul escuro e Grunge - Emoções díspares

Ok, por muito que o reclamem, não há ninguém mais feliz do que eu com as tendências desta estação. Regresso ao blogue porque não mencioná-lo seria sacrilégio!

Já aqui o disse várias vezes, o azul escuro é tão somente o meu preto de sempre. É a cor que mais adoro. Incluindo este azul mais escuro do que o azul marinho, que tanto vemos nas prateleiras da Zara. 

Estou muito feliz com a cor, estou muito feliz com a combinação com o preto (Coisa que no ano passado fartei-me de fazer. Na verdade, convenhamos, devo ser uma visionária ou trendsetter!) e tão feliz ainda com os cortes. Adoro os cortes e tremo de medo até regressarem àquela coisa das camisolas muito justas que se usavam há dez ou quinze anos atrás (a moda é cíclica e lá chegaremos, com muita pena minha. - Depois, existe o estilo e o meu não contempla esse corte, doe a quem doer.). Gosto mesmo destas larguezas, das geometrias, destas liberdade, modernidade e irreverência. Não é pelas linhas geométricas e largas que deixaremos de ser femininas, se forem bem usadas. Pelo contrário, sou muito pelas subtilezas e o óbvio aborrece-me.





















Já o grunge, perdoem-me. Fui adolescente nos anos noventa. O grunge não era nada disto. Esta é uma versão muito polida, muito sofisticada e posh do grunge.

O grunge era as roupas largas, era o ar de "não quero saber" era o ar de "mendigo cool". O grunge implicava perder a feminilidade, "arrapazar", o verdadeiro estilo "boyfriend", melhor dizendo, "brother". Era vestir as camisolas, as camisas e calças do irmão, tudo de uma vez. Quanto mais largas melhor. Era os cabelos caídos, de risco ao meio, ondulados, não domados, sem corte, sem arranjo. O grunge implicava ainda que os rapazes deixassem crescer o cabelo. Nós somos o que vestimos. As raparigas da época do grunge, tanto da roupa como da música, eram mais depressivas, envergonhadas, pouco "saídas da casca". Vestir uma saia acabava por ser um acto de coragem. Nada do que se vê agora. Experimentem andar uma vida enfiadas em roupas largas, sem forma e masculinas e depois digam-me o que conseguem vestir. Quantos complexos ganharam. Não deixa saudades. Para todas nós, desabrochar foi um processo tardio. 

Naquela altura ninguém escapou ao grunge. Asseguro-vos, não era assim tão bonito e a moda era menos divertida (e diversificada). As fotografias são de fugir. O grunge, quando apareceu, vinha dos músicos. Dos skaters. Este grunge das passerelles é muito mais limpo, muito mais sofisticado. Este quase que me pisca o olho. Digo quase, pois ainda não tenho saudades. Isto era o grunge.













(Beverly Hills 90210 - versão "preppy" dos 90's )