terça-feira, 27 de setembro de 2011

Prazeres sobre a pele

Nem sempre as coisas são como esperamos e logo quando queria arrancar com novos projectos, surge trabalho e mais trabalho, neste caso no foro jurídico. Foram uns dias enormes mas cá estou. De volta e cheia de vontade de arregaçar as mangas!

A coincidir com esta maratona, retomei as aulas de dança na semana passada, o que me deixou sem tempo, de rastos e sem espaço para qualquer criatividade. Na verdade, só queria dormir. Dormir, dormir para conseguir chegar viva até ao final do dia e dançar, matar as saudades, dançar, dançar.

A minha paixão pela dança, sobejamente conhecida pelos que me rodeiam, estende-se, naturalmente, à roupa e calçado de dança. De forma curta: Perco-me.

Assim e apesar do cansaço que me pregou uma rasteira valente e deixou-me verdadeiramente atropelada (Na última semana fui uma enorme dor ambulante e recorri sem pudor aos analgésicos musculares.), dei por mim a fazer arrumações com gosto, a organizar maillots, perneiras, tops, calções, macacões, t-shirts, leggings, sapatilhas de meia-ponta, sapatilhas de ponta, sapatos de salsa, sapatilhas de Jazz, ténis e por aí adiante. Por modalidades, grau de utilização, cores e tamanhos.

Tenho verdadeiro gosto e paixão por todo o tipo destes artigos e uma colecção considerável. Confesso que mais facilmente gasto dinheiro numa peça destas do que em qualquer outro tipo de roupa.

A razão que leva-me a escrever estas palavras e aborrecer-vos com inconfidências da minha vida pessoal é precisamente essa. Não há nada como usar algo que nos diz muito.

Quantas vezes fui para o escritório com o maillot por baixo do fato ou do vestido para que pudesse chegar a tempo à aula de Ballet? Quantas vezes senti-me muito mais feliz por saber que o tinha secretamente vestido? A satisfação que conquisto cada vez que calço umas sapatilhas ou subo umas perneiras?

As roupas têm esse poder. De tornar-nos mais felizes, mais leves, mais inspirados. De realçar a nossa personalidade e fazer com que sintamo-nos bem na nossa pele. Não necessitamos de ficar pela dança, pelo futebol ou por outra actividade qualquer. Quem diz um maillot, diz a t-shirt preferida, os ténis da sorte, o lenço que foi oferecido por ele, as calças com o corte certo, a camisola com a cor que mais gostamos.

Sem abusar muito da mesma peça ou da mesma cor. É uma tentação mas, por muito que gostemos, usar sempre o mesmo só porque o adoramos torna-nos enfadonhos e limitados. Visualmente sem interesse e, quer queiramos quer não, isso estende-se ao reflexo da nossa personalidade.

O segredo é tentar absorver esse prazer de todas as peças que escolhemos.

Vamos fazer por isso, sim?

Sem comentários: