quarta-feira, 6 de junho de 2012

Compras - O exercício mental I


Quando queremos dominar um assunto, temos de usar todas as armas e o conhecimento é a mais forte delas.

O mesmo se passa na moda. Uns têm gosto e percepção natural do que lhes fica bem, outros vão adquirindo no tempo, outros formam-se na área.  Não faço ideia se tenho gosto natural. Há quem diga que sim, que nasci a apontar para os saltos altos. (Não nascemos todas? Ou muitas?) Acredito piamente que vou evoluindo, aprendendo, afinando, que hoje sei muito mais e, por isso, não posso negligenciar tudo o que tenho assimilado. 

Trocando por miúdos, considero ter a obrigação de não perder a cabeça e atirar-me às compras de venda posta. Em cada peça que pego, obrigo-me a interrogar se realmente preciso dela, se é a que melhor me favorece, se tenho semelhantes, cores, se vai ter real uso. Questiono-me umas vinte vezes e, se possível, se tenho de levá-la já, se não posso ponderar e deixar para uns dias mais tarde. Ora, confesso que este exercício homérico não é nada fácil e gera "alguma" ansiedade se, realmente, gosto da peça, mas, lá está, assim fico a saber. Se for um capricho, no dia seguinte, continuará no expositor. Tanto a minha carteira, o pouco espaço que tenho no guarda-roupa, como a minha consciência agradecem.

Estou bastante satisfeita com este exercício. Nada disto é a descoberta da pólvora mas gera bons frutos. Como referi, sofro de alguma ansiedade durante o processo mas o guarda-roupa vai refinando a olhos vistos. 

As tendências são outro grande inimigo. Apetece-nos mergulhar sem pensar e muitas vezes acabamos com as gavetas e cabides cheios de peças de estilos muito diferentes, com prazos de validade curtos, que não fazem grande coisa por nós e, pior, não criam propriamente um identidade. Pensar, repensar, matutar. Se a peça desaparecer das prateleiras também ninguém morre. (Ninguém!)

Faço listas do que preciso e ando com elas (Não vá ter amnésia temporária e oportuna.). A lista actual é curta e é para cumprir aos poucos. Está repleta de peças base e todas elas terão de ver várias características preenchidas. Dificilmente, as adquirirei em lojas de fast fashion pois quero corte, qualidade e durabilidade.

Naturalmente, tenho impulsos (Ninguém é de ferro.) mas estou tão mais controlada que dá gosto.

A estes exercícios e mantras que tento cumprir, tenho uma grande excepção, tão ou mais importante: Quaisquer peças originais, diferentes, que assentem bem e de bom material. Aquelas pelas quais nos apaixonamos imediatamente e temos a certeza de que serão amor eterno. Que são a nossa cara e sempre nos farão sentir únicas. Por estas, perco imediatamente a cabeça, sem quaisquer ponderações e ainda bem!

Um exemplo é este vestido que escolhi para a loja há uns três anos e,  imediatamente, surripiei um exemplar para mim, em tons nude, preto, cor-de-rosa e cor-de-laranja flúor. Dá para acreditar que ainda só o usei uma vez? Ainda assim, eternamente apaixonada por ele e, este ano, mais actual do que nunca.

4 comentários:

Sexinho disse...

Tropecei neste blog por acaso e confesso andei para aqui a cuscar...e gostei! Muito!
Parabéns! Vou voltar!

Alexandra disse...

:)

Obrigada.

Jo, the carrot disse...

vim ler tudo. ja aqui vou.

a seguinte frase salvou me o dia:
Pensar, repensar, matutar. Se a peça desaparecer das prateleiras também ninguém morre. (Ninguém!)

:)

Alexandra disse...

Credo, isso é obra!

Repito isso todos os dias. Tem funcionado. O meu guarda roupa já tem outra pinta. ;)